Axé

Sob o sol escaldante de Salvador, capital do Estado da Bahia-BR, o educador de rua do Projeto Axé está cercado de crianças na Praça da Piedade

 Um pouco mais afastado do grupo, um garoto de cerca de 14 anos esconde sob a camisa suja e rasgada uma garrafa plástica de onde, de vez em quando, ele aspira os gases entorpecentes da cola de sapateiro. Os especuladores, que fornecem drogas aos meninos de rua, repassam produtos de pequenos furtos e oferecem a eles proteção noturna, rondam o ambiente. De repente a tensão aumenta. Um policial tenta pegar o menino que se drogava mas ele escapa e desaparece. O educador Jayme tira da sacola papeis e lápis coloridos e distribuiu à garotada, conversa com um e outro, anota nomes. É a paquera pedagógica, primeiro passo do processo de aproximação do Projeto Axé, na tentativa de conquistar a confiança dessas crianças-adolescentes completamente abandonadas. Os educadores de rua são a base do projeto, profissionais que trabalham em dupla, treinados para tentar promover, com muita paciência e controle emocional, a reintegração desse grupo à sociedade, por meio da arte, da dança, da música.

Em 1994, Bernardo Magalhães visitou a capital baiana e registrou o trabalho do Projeto Axé. Editou um portfólio P&B no formato 165x24,5 cm com 39 imagens.

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